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09 julho 2007

Esperando

E, enquanto o sono não vem, eu vou deixando as palavras caírem por aqui.
E elas que se virem pra se fazerem coesas. Elas que tomem por si sós o rumo de um possível sentido que queiram passar.
Tanto e tanto acontecendo ao redor e eu não consigo sequer domar meia dúzia de palavras pra me expressar como gostaria de me fazer sentir.
O senado sangra. A empregada sangra. O distraído sente uma dor repentina, mais uma bala perdida; o distraído sangra. O Rio sangra. A África, o Oriente Médio, a Europa,...tudo sangra! O planeta se aquece e aos poucos também sangra.
E eu? E quanto a mim?? Eu que assisto a tudo isso sem esboçar um mísero indício de movimento. Eu que não me faço ouvir, não me faço ver. Eu que diversas vezes não me faço sequer ser. Talvez, seja eu quem mais sangra.
Aqui jaz a realidade. Mais um idealista hipócrita que sonha com a mudança, mas não consegue mudar seu próprio estado de repouso retardatório e indiferente.
Parado, eu só mudo a direção da sombra.
Mas, há de chegar, tenho fé, o dia em que minhas pernas não mais agüentarão a dor de por tanto tempo terem de ficar firmes suportando o peso inútil de minha inércia. Há de chegar o dia em que a revolução será estritamente necessária.
E, enquanto a mudança não vem, eu vou deixando as palavras caírem por aqui.
o/

1 Comments:

Blogger Luke said...

Bom... acho q, ao contrário dos objetos inanimados e dos animais irracionais, não também somos ativos e conscientes na mudança da posição da sombra. A inércia também é um posicionamento, assim como a neutralidade.
Talvez o problema (não só seu, mas meu e de tantos outros também) seja exatamente o "há de chegar o dia" em que talvez, quem sabe a revolução aconteça.
A revolução não deve acontecer nos outros e se propagar até nós pela nossa inércia. Ela deve vir de nós. Dos nossos pequenos, mas conscientes e fundamentais atos do dia-a-dia.
Mas mudar é muito complicado... assim como pensar.
A unanimidade não eh burra. É esperta até demais, pois o pensar nos leva a caminhos por demais árduos. O pensar é o não saber. É a relativização da certeza; o fim do absoluto e, por fim, o começo das angústias.
Fico por aqui. Questionamentos mil e extremamente angustiado.

2:36 AM  

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