Mistério

Foi como um choque! Jamais havia visto o Sol daquele tamanho. Era impressionantemente grande e vermelho-amarelado. Não podia ser real. "É um sonho.", ela tinha certeza. "Só pode ser um sonho.", ela tentava se convencer. "Será que é um sonho?", ela não tinha certeza alguma.
Estava confusa. Desesperadamente tentava entender o que estava acontecendo. "Não é possível! Isso não pode ser real! Isso não é normal! Não está certo...simplismente não está certo. Isso não é natural." A este ponto seus olhos já se encontravam fechados na busca de maior concentração para poder pensar e imaginar e vasculhar até o espaço mais distante e obscuro de sua caixa de pensamentos. Era preciso encontrar um motivo, uma explicação. Esse tipo de fenômeno não simplesmente acontece e pronto. Ela sabia disso, sabia que havia muito mais ali do que seus olhos podiam ver.
E continuava a pensar e imaginar e vasculhar.
"Se isso não é um sonho, será que devo me preocupar? Será que é um sinal de que algo ruim está por vir? Ou será o oposto? Devo sentir medo ou devo me alegrar? Por quê? Por que agora? O que é isso afinal?"
E continuava a pensar e imaginar e vasculhar, mas não achava respostas, só mais dúvidas.
O tempo passava. A angústia crescia. O medo crescia - o desconhecido sempre trás o medo.
Aos poucos, foi percebendo que a luz que outrora atingia diretamente seus olhos já estava quase que totalmente extinta. Abriu-os rapidamente. Ele havia sumido; o Sol se fora. No horizonte só restara o leve brilho de uma a pouco tão majestosa figura.
"Foi o pôr-do-Sol mais lindo de todos, né?" - disse sua irmã, ao seu lado, com os olhos levemente marejados.
"É..." - respondeu.
Infelizmente, seus olhos estiveram fechados.
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