Suscitando Conflitos
Bom... eu ia escrever um artigo sobre a outra bola da Copa do Mundo e suas recentes declarações desrespeitosas ao presidente da República. Entretanto, aproveitei o gancho e resolvi falar do chefe no nosso Estado.
Tenho plena consciência de que irei inflamar dentro da maioria das pessoas que lerem este artigo um sentimento de ódio, traição ou até indignação. Plantarei a semente da discórdia exatamente para provocá-la, afinal, este sempre foi o objetivo do blog a meu ver. Serei o advogado do diabo (será mesmo este o termo certo?) ao expressar minha opinião sobre os acontecimentos políticos que se iniciaram há pouco mais de um ano em nosso país.
“Os fins justificam os meios” disse um dos maiores pensadores da humanidade, Nicolau Maquiavel. Todos aqui têm coragem suficiente de dizer que esse gênio (terá sido mesmo?) estava errado em sua concepção de mundo? Verdadeiramente, acredito que não. Então por que condenar uma pessoa, ou um grupo, se, assim, preferirem, por estar justamente acatando tais pensamentos? Sim... ESTOU distorcendo totalmente a realidade. Admito. Contudo, não o fazem todos os jornalistas ao repassarem a informação aos seus expectadores? Usando uma palavra que os lembrará um pouco da professora Beatriz, todos eles fazem uma TRANSFIGURAÇÃO do real. Então, por que encarar as informações passadas a nós como verdades absolutas? Afinal, cada pessoa percebe o real de uma forma diferenciada, interpreta-o de maneira única e o repassa a “la vonté”. Rapidamente, a verdade foi distorcida três vezes e nem chegamos à parte das opiniões dos editores e marqueteiros, não é mesmo?
“Toda unanimidade é burra”. Mais uma vez utilizo-me de frases conhecidas. Mas, considerando-a, o que é, então, o Brasil, em quase sua totalidade, senão burro? Temo que todos, ou, pelo menos, quase todos, estejam contra o atual governo. Não seria isso, no mínimo, para não usar um palavreado chulo, um ato de extrema falta de discernimento? Duvido que a maior parte da população sequer parou para pensar friamente sobre a situação. Simplesmente aceitou o que viu e concordou com o que foi dito; botou em uso o velho e famoso “nod and smile” (assentir com a cabeça e sorrir). Todos tão preocupados em parecer “cult” e “smart”. No entanto, esqueceram-se dos mais importantes ensinamentos, esqueceram-se da sabedoria popular, que, convenhamos, sempre está certa. Muitíssimas pessoas falando sobre a política, mas pouquíssimas a analisando como deve ser feito, ou seja, a ínfima parte da sociedade a vê como um JOGO, não com o sentido de entretenimento, mas, sim, como um jogo de interesses.
É claro que nos cabe o papel de juízes, uma vez que o presidente só chegou a tal posição por nossa vontade (será?). Contudo, desejar um Estado onde haja total nulidade de corrupção é demasiadamente utópico.
Recentemente, tive em minhas mãos algumas revistas dos “Fabulosos X-MEN”. Acreditem, existe sabedoria em quadrinhos também. Enfim... lá, eu li a seguinte sentença, “O poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente”. É, no mínimo, interessante ver que somos todos suscetíveis a tal coisa. Corrompemos e somos corrompidos. Observemos uma esfera social menor. Quem nunca pagou propina a um guarda, ou conhece alguém que o tenha feito? Claro que argumentos surgirão imediatamente em suas cabeças, dizendo que o caso é totalmente diferente. Será mesmo? Não estou realmente lembrado onde ouvi, nem as palavras exatas usadas, mas a idéia era de que a corrupção ocorreria na mesma proporção que ocorre a oportunidade, ou seja, se você tem pouco poder, corrompe um guarda; se tem um grande, corrompe um Estado.
Volvendo-nos um pouco para esse lado de corrupção, estando eu me formando como um jurista, quem PROVOU que o presidente estava envolvido (é aqui que toco na ferida, não?)? Afinal, um dos princípios do direito sempre foi “dubia in meliorem partem interpretari debent”, ou seja, a coisa duvidosa deve ser interpretada pelo lado melhor. E, também, por que nos focamos tanto nele? Acho que ainda não tomamos consciência de que viramos meras marionetes do jogo político. Focando nele, impedem, ao mesmo tempo, que uma pessoa com ideais benévolos e revolucionários (realmente acredito nisso!) retorne ao poder, e que tiremos a real corja da máquina pública. Por que será que pouco se fala dos deputados e senadores que receberam o mensalão, que venderam seus votos, que se entregaram à tão infame corrupção? Chega a ser ridícula e descarada a forma como tentam desviar a nossa atenção do verdadeiro problema. E, mais ainda, nossa atuação vergonhosa como cidadãos que a acatamos sem ao menos duvidar.
E, já que falamos em ideais, quem de vocês simplesmente trocaria suas mais profundas e verdadeiras convicções por poder político, que, diga-se de passagem, nem é tão grande assim na atual situação? Quais das meninas prostituir-se-iam pelo cargo de chefe do Estado? Desculpem-me pelo linguajar, mas quais dos meninos deixar-se-iam ser penetrados somente para terem tal poder? Sei que são exemplos extremistas, mas não deixam de ser convicções profundas e, praticamente, tangíveis ao seu portador, assim como os (lendários, como muitos pensam) ideais do nosso presidente, os ideais de um país melhor. Qualquer um que pusesse essa troca em prática sentiria, imediatamente, um vazio, quase uma mutilação do seu ser (está explicada a tangibilidade?). Estão todos dispostos a afirmar que toda a luta política de anos e anos foi jogada fora? Que o desgaste físico e emocional e o tempo de vida doado a toda a causa foram trocados por um simples cargo? Acho que as pessoas que fizeram tais afirmações sobre corrupção fizeram-nas impensadamente.
Quando é dito que o povo não tem memória política, concordo plenamente. Porém, vejo, claramente, que a classe política a tem menos ainda. Afinal, peço o bom senso de todos aqui, será realmente possível um esquema de tamanha grandiosidade tenha sido armado em tão pouco tempo? No entanto, nada é mencionado sobre o seu passado. Sobre os outros governos que permitiram sua continuidade. Estamos atolados na República da Hipocrisia.
Portanto, sem mais delongas e óbvias “encheções de lingüiça”, o Brasil está no caminho certo. Esperançosamente antevejo o resultado das próximas eleições presidenciais e, graças à evidente ignorância e à falta de informação do povo, o presidente talvez permaneça em seu cargo. Essas mentes não sofreram com as artimanhas da mídia neoliberalista e continuam convictas de seus ideais. O país pode e vai melhorar. Contudo, uma revolução, como era, evidentemente, esperado, não poderia ocorrer, afinal as elites ainda mandam e têm total controle da máquina pública. No entanto, somente o fato de termos um chefe que viveu as reais necessidades do país, que passou fome, que sofreu com a falta de educação, que já andou de ônibus, que já trabalhou de verdade, é um motivo de comemoração.
Tenho plena consciência de que irei inflamar dentro da maioria das pessoas que lerem este artigo um sentimento de ódio, traição ou até indignação. Plantarei a semente da discórdia exatamente para provocá-la, afinal, este sempre foi o objetivo do blog a meu ver. Serei o advogado do diabo (será mesmo este o termo certo?) ao expressar minha opinião sobre os acontecimentos políticos que se iniciaram há pouco mais de um ano em nosso país.
“Os fins justificam os meios” disse um dos maiores pensadores da humanidade, Nicolau Maquiavel. Todos aqui têm coragem suficiente de dizer que esse gênio (terá sido mesmo?) estava errado em sua concepção de mundo? Verdadeiramente, acredito que não. Então por que condenar uma pessoa, ou um grupo, se, assim, preferirem, por estar justamente acatando tais pensamentos? Sim... ESTOU distorcendo totalmente a realidade. Admito. Contudo, não o fazem todos os jornalistas ao repassarem a informação aos seus expectadores? Usando uma palavra que os lembrará um pouco da professora Beatriz, todos eles fazem uma TRANSFIGURAÇÃO do real. Então, por que encarar as informações passadas a nós como verdades absolutas? Afinal, cada pessoa percebe o real de uma forma diferenciada, interpreta-o de maneira única e o repassa a “la vonté”. Rapidamente, a verdade foi distorcida três vezes e nem chegamos à parte das opiniões dos editores e marqueteiros, não é mesmo?
“Toda unanimidade é burra”. Mais uma vez utilizo-me de frases conhecidas. Mas, considerando-a, o que é, então, o Brasil, em quase sua totalidade, senão burro? Temo que todos, ou, pelo menos, quase todos, estejam contra o atual governo. Não seria isso, no mínimo, para não usar um palavreado chulo, um ato de extrema falta de discernimento? Duvido que a maior parte da população sequer parou para pensar friamente sobre a situação. Simplesmente aceitou o que viu e concordou com o que foi dito; botou em uso o velho e famoso “nod and smile” (assentir com a cabeça e sorrir). Todos tão preocupados em parecer “cult” e “smart”. No entanto, esqueceram-se dos mais importantes ensinamentos, esqueceram-se da sabedoria popular, que, convenhamos, sempre está certa. Muitíssimas pessoas falando sobre a política, mas pouquíssimas a analisando como deve ser feito, ou seja, a ínfima parte da sociedade a vê como um JOGO, não com o sentido de entretenimento, mas, sim, como um jogo de interesses.
É claro que nos cabe o papel de juízes, uma vez que o presidente só chegou a tal posição por nossa vontade (será?). Contudo, desejar um Estado onde haja total nulidade de corrupção é demasiadamente utópico.
Recentemente, tive em minhas mãos algumas revistas dos “Fabulosos X-MEN”. Acreditem, existe sabedoria em quadrinhos também. Enfim... lá, eu li a seguinte sentença, “O poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente”. É, no mínimo, interessante ver que somos todos suscetíveis a tal coisa. Corrompemos e somos corrompidos. Observemos uma esfera social menor. Quem nunca pagou propina a um guarda, ou conhece alguém que o tenha feito? Claro que argumentos surgirão imediatamente em suas cabeças, dizendo que o caso é totalmente diferente. Será mesmo? Não estou realmente lembrado onde ouvi, nem as palavras exatas usadas, mas a idéia era de que a corrupção ocorreria na mesma proporção que ocorre a oportunidade, ou seja, se você tem pouco poder, corrompe um guarda; se tem um grande, corrompe um Estado.
Volvendo-nos um pouco para esse lado de corrupção, estando eu me formando como um jurista, quem PROVOU que o presidente estava envolvido (é aqui que toco na ferida, não?)? Afinal, um dos princípios do direito sempre foi “dubia in meliorem partem interpretari debent”, ou seja, a coisa duvidosa deve ser interpretada pelo lado melhor. E, também, por que nos focamos tanto nele? Acho que ainda não tomamos consciência de que viramos meras marionetes do jogo político. Focando nele, impedem, ao mesmo tempo, que uma pessoa com ideais benévolos e revolucionários (realmente acredito nisso!) retorne ao poder, e que tiremos a real corja da máquina pública. Por que será que pouco se fala dos deputados e senadores que receberam o mensalão, que venderam seus votos, que se entregaram à tão infame corrupção? Chega a ser ridícula e descarada a forma como tentam desviar a nossa atenção do verdadeiro problema. E, mais ainda, nossa atuação vergonhosa como cidadãos que a acatamos sem ao menos duvidar.
E, já que falamos em ideais, quem de vocês simplesmente trocaria suas mais profundas e verdadeiras convicções por poder político, que, diga-se de passagem, nem é tão grande assim na atual situação? Quais das meninas prostituir-se-iam pelo cargo de chefe do Estado? Desculpem-me pelo linguajar, mas quais dos meninos deixar-se-iam ser penetrados somente para terem tal poder? Sei que são exemplos extremistas, mas não deixam de ser convicções profundas e, praticamente, tangíveis ao seu portador, assim como os (lendários, como muitos pensam) ideais do nosso presidente, os ideais de um país melhor. Qualquer um que pusesse essa troca em prática sentiria, imediatamente, um vazio, quase uma mutilação do seu ser (está explicada a tangibilidade?). Estão todos dispostos a afirmar que toda a luta política de anos e anos foi jogada fora? Que o desgaste físico e emocional e o tempo de vida doado a toda a causa foram trocados por um simples cargo? Acho que as pessoas que fizeram tais afirmações sobre corrupção fizeram-nas impensadamente.
Quando é dito que o povo não tem memória política, concordo plenamente. Porém, vejo, claramente, que a classe política a tem menos ainda. Afinal, peço o bom senso de todos aqui, será realmente possível um esquema de tamanha grandiosidade tenha sido armado em tão pouco tempo? No entanto, nada é mencionado sobre o seu passado. Sobre os outros governos que permitiram sua continuidade. Estamos atolados na República da Hipocrisia.
Portanto, sem mais delongas e óbvias “encheções de lingüiça”, o Brasil está no caminho certo. Esperançosamente antevejo o resultado das próximas eleições presidenciais e, graças à evidente ignorância e à falta de informação do povo, o presidente talvez permaneça em seu cargo. Essas mentes não sofreram com as artimanhas da mídia neoliberalista e continuam convictas de seus ideais. O país pode e vai melhorar. Contudo, uma revolução, como era, evidentemente, esperado, não poderia ocorrer, afinal as elites ainda mandam e têm total controle da máquina pública. No entanto, somente o fato de termos um chefe que viveu as reais necessidades do país, que passou fome, que sofreu com a falta de educação, que já andou de ônibus, que já trabalhou de verdade, é um motivo de comemoração.