Ágora do Rio

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Local: Niterói, RJ, Brazil

24 maio 2006

Do medo

Dizem que o amor move o mundo. Isso é verdade. Mas, ele não faz isso sozinho. Muito do que acontece se deve, em grande parte, ao medo.
Temos medo do desconhecido, daquilo que não podemos ver, tocar, analisar; daquilo que não conseguimos compreender. Temos medo de tentar coisas novas, simplesmente por desconhecer as conseqüências de tais atos. Já ouvi dizerem uma vez: “Por temer que algo ruim acontecesse, perdi boa parte de minha vida.”
O medo confunde as pessoas. O medo as torna violentas.O medo as paralisa.
Tememos tudo que é diferente, mas o grande medo dos homens é mesmo a morte, a maior de todas as incógnitas. Tememos a morte porque não conseguimos entendê-la; não conseguimos defini-la. Quase todos os tipos de medo convergem neste, que pode ser definido como a “raiz de todos os medos”. O medo de altura, por exemplo, é nada mais do que o medo de morrer ao cair de um lugar alto. O medo de aranhas, a famosa aracnofobia, não é nada além do medo de encontrar a morte através da picada de uma destas. E, até o famoso medo do escuro, não é o medo de ser atacado por algo desconhecido, podendo assim ser morto?
Muitos de nós tememos a morte. Poucos são aqueles que não a temem. E estes podem ser divididos em dois grupos...
Alguns não têm medo de morrer por terem plena consciência do que os aguarda; porque encontraram em algum lugar (ou em alguém), a esperança e a certeza de algo bom e melhor na morte. Para estes, a morte já não é mais desconhecida.
A outra parte daqueles que não temem a morte, se encontra exatamente oposta ao primeiro grupo. Para estes, já não há mais esperança, os dias são sempre os mesmos, não há brilho no Sol, a Lua não tem cor, as estrelas se calaram, o ar é mais pesado; a vida perdeu a graça, o calor, a vida... só há frio e dor, às vezes nem isso, apenas um imenso vazio, que parece impreenchível... Para estes, a morte é um alívio.
Mas, não pretendo me aprofundar no assunto morte, o medo é a tônica aqui.
O medo afeta a todos e não há como escapar. É preciso aprender a lidar com ele.
Não deixa o medo te dominar, domine-o.
Há muito ainda para ser dito sobre esse assunto. Por hora é só.

Is 41:10

19 maio 2006

O fim do silêncio

A trégua (desculpa que eu inventei pra ter ficado tanto tempo sem postar...) acabou. Agora já era. Vou falar mesmo. Quem tiver ouvidos ouça. (ou quem tiver olhos leia [se souber ler]) Agora a casa cai. Não tem mais volta. É isso aí ("um vendedor de flores...").
É...não tenta me entender não. Eu sou meio retardado e acabei me empolgando.
Tá, agora chega disso e vamos ao que interessa.
Hoje, resolvi dar uma aula de política. (falou o entendido do assunto...[em tom sarcástico]) Na verdade, vou falar sobre a estrutura política do Brasil. Não que eu seja um "expert" no assunto, mas tudo que virá a seguir é fruto do que vejo e ouço.
Eu chamo de pseudo-democracia o que vivemos hoje no Brasil. Simplismente, pelo fato de o poder não estar realmente nas mãos do povo (pelo menos não na prática). Então você me diz:"Nós votamos. Somos nós que colocamos eles lá." E eu respondo: "Eles", principalmente vereadores, deputados e senadores (o poder legislativo), realmente te repesentam "lá"? A verdade é que quem realmente (a repetição é necessária) manda em nosso país são "eles".
O regime presidencialista brasileiro (talvez eu esteja falando besteira) é muito fraco. É todo errado (ao meu ver). Muita gente vota para presidente, governador e prefeito achando que eles terão todo o poder pra mudar o que tiverem que mudar. Mas, eles não têm esse poder. Eles não têm quase poder nenhum se não tiverem maioria na câmara. Por isso todo esse jogo político. Por isso "mensalões". E por isso que eu digo que o Brasil não tem três poderes, tem dois: o legislativo e o judiciário.
Talvez (eu disse Talvez) nosso país fosso um pouco melhor se vivêssemos num sistema político como o americano, no qual o poder executivo realmente tem poder, ou um parlamentarismo, que é o que, praticamente, vivemos.
Com isso, eu te peço que nas próximas eleições pense muito bem antes de votar em "eles". "Eles" te representam "lá". É sempre bom ser representado por alguém de confiança e que pense como você.
Pense bem.
Eu sei que devo ter escrito alguma besteira ou coisa errada, mas acho que deu pra passar a mensagem.
Mude o Brasil. Exija que a verdadeira democracia seja exercida. É isso aí.
E tenho dito.
Deus te abençoe...

11 maio 2006

Liberdade de Imprensa

Realmente fico perplexo quando vejo notícias como a publicada pelo jornal O Globo no dia 1º de maio em relação ao presidente dos EUA, George W. Bush.
Lembro-me bem do escarcéu provocado por um jornalista americano ao publicar uma reportagem alegando que o presidente Luís Inácio Lula da Silva gostava de beber, e do escarcéu maior ainda provocado pela imprensa que era contra uma retaliação por parte do governo brasileiro, baseada nos princípios de Liberdade de Imprensa.
Contudo, ao ler a matéria referida, cujo conteúdo informava, entre outros fatores, que o governo dos Estados Unidos da América iria abrir processos criminais, baseando-se em leis de espionagem, contra repórteres que conseguissem informações secretas, um sentimento de justiça subiu, imediatamente, à minha cabeça.
Por que a imprensa mundial não se manifestou revoltosamente, como no passado, contra essa medida que fere a tão defendida Liberdade de Imprensa? É absolutamente incrível como os países dominantes agem. Informações, talvez não tão confidenciais, mas, do mesmo modo, importantíssimas para a credibilidade do chefe do Estado brasileiro, podem, e devem, ser publicadas, enquanto que informações confidenciais sobre o Estado americano devem, em todos os casos, ser mantidas no mais absoluto sigilo.
Um fato que se pretende manter secreto deve ser protegido, principalmente, evitando-se o conhecimento de sua existência e, não, tornando seu conhecimento um crime.
Esse fato nada mais é do que uma demonstração clara do quanto nosso país e, principalmente, nosso povo são subjugados pelos interesses imperialistas do capital estrangeiro.
Talvez eu esteja lendo jornais demais. Mas, pelo menos, estou dando liberdade à minha imprensa.

09 maio 2006

Escolhas

Depois de um pequeno período sem muita inspiração (e pelo jeito Luke também), resolvi escrever sobre...o quê? Há tanto assunto, tanta coisa sobre a qual debater, mas no momento só posso me focar em um deles...devo fazer uma escolha. E é sobre isso mesmo que vou escrever. A escolha. Ou melhor, as escolhas. (Na verdade, essa idéia surgiu a partir de uma mensagem que eu ouvi sábado na igreja sobre o mesmo tema.)
"Você é, essencialmente, fruto de suas escolhas." Isso é a base de tudo.
No início do filme Hellboy, o narrador faz uma pergunta: "O que define um homem? São sua origens?..."(ou algo parecido com isso), que é respondida no final: "São suas escolhas." Pare pra pensar. Tudo o que você é hoje, onde você está ou não, se deve a suas escolhas. Não importa se foram escolhas corretas, precipitadas, mas tudo te trouxe a esse momento.
Não importa onde nascemos, quem são nossos pais ou a classe social, somos o que escolhemos ser. Um menino que nasce na favela em meio ao tráfico pode escolher estudar (mesmo sendo difícil no Brasil) enquanto seu vizinho acha melhor entrar para a vida do crime. Assim como dois garotos da classe média também podem tomar rumos totalmente diferentes.
Por isso, eu quero te pedir que pare um momento pra pensar nas escolhas que tem feito ultimamente...e, peço que a partir de agora pense bem antes de fazê-las.
Escolha ser alguém melhor a cada dia. Nosso país já está tão cheio de gente ruim.
Escolha ajudar em vez de atacar.
Escolha ouvir antes de falar.
Escolha pensar antes de falar.
Escolha respeitar. Escolha amar.
Escolha servir.
Pense nisso, por favor. Escolha ser a mudança de que tanto precisamos.
É basicamente isso. Eu sei que ficou parecendo aqueles e-mails gordinhos, mas é de coração.
Simplisim...é só isso mesmo.
vlwz

03 maio 2006

Petróleo e gás

Eu ia começar minhas atividades aqui nesse blog (soou legal isso...gostei!) com o que eu ia chamar de meio reflexão, meio desabafo, meio um conselho (???), mas fui obrigado a deixar isso parar uma outra ocasião. Hoje, vou falar de assunto que já vem mexendo comigo desde que começou a aparecer nos jornais: a nacionalização das reservas de petróleo e gás bolivianos.
Na verdade, como eu já disse (escrevi), eu não tinha a intenção de abordar esse assunto nesse dado momento (caramba, estou bastante erudito hoje...); porém, um pouco antes de começar a escrever eu estava assistindo ao nosso querido Jornal Nacional e me deparei com mais algumas notícias sobre isso.
Bem, antes de tudo eu tenho que dizer que SIM, eu concordo com o que o presidente Evo Morales está fazendo. Aliás, eu acho que o Brasil deveria seguir o exemplo dele. O petróleo e o gás são bolivianos, pertencem ao povo boliviano. Mas, é claro que a Petrobrás também não pode ser expulsa assim. Há um contrato, que deve ser no mínimo revisto e, se for realmente necessário que a empresa encerre suas atividades naquele país, que seja a longo prazo.
O fato que eu realmente queria citar aqui é como vem se comportando o presidente Lula diante disso tudo. A verdade é que eu estou gostando. Assim como eu, ele entende o que Morales está fazendo, reivindicando o que é do povo. Lula disse algo que particularmente achei muito interessante. Ele disse que na reunião de amanhã os países devem chegar a um acordo democrático, não podemos simplesmente impor nossos interesses. E eu digo que ele está totalmente certo, pois assim estaríamos nos tornando os imperialistas que tanto criticamos.
A senhorita Rice lá disse que medidas duras devem ser tomadas. Nós não queremos nos tornar como eles, queremos?
Alguns chamam a atitude de Morales de populista, eu chamo de nacionalista.
É isso...espero que me entendam.
Qualquer coisa comentem.

p.s.:Esqueci de falar que Lula também disse que foi um erro estratégico o Brasil ter se tornado dependente do gás boliviano, o que é verdade.

p.s.:2Brasil. Ame-o; não deixe-o. (uma frase que eu ia escrever hoje)

02 maio 2006

Indignação

"Um sistema que vem destruindo a nacionalidade brasileira, humilhando as Forças Armadas, entregando nosso patrimônio à ganância estrangeira e, sobretudo, aviltando nossos valores éticos, morais e de amor ao Brasil." e "Seja instuituída uma supervisão internacional no processo político-eleitoral brasileiro, assegurando a igualdade de tratamento a todos os candidatos; com acompanhamento de instituições nacionais que tradicionalmente defendem a democracia;".
Estas foram as palavras um tanto contraditórias, escolhidas pelo ex-governador do estado do Rio de Janeiro, e possível candidato à presidência da República, Anthony Garotinho, em seu texto "À nação brasileira", cujo conteúdo declarava sua mais nova artimanha populista: uma greve de fome.Ao se declarar injustiçado, Garotinho pede uma intervenção internacional na política brasileira. Talvez não lhe tenha ocorrido que isso seria entregar "nosso patrimônio à ganância estrangeira", visto que um dos maiores patrimônios do brasileiro são, exatamente, os direitos políticos de cada cidadão, que, nesse caso, obviamente, seriam violados.
Detesto ter de concordar com a Rede Globo. Contudo, há de se convir que o Excelentíssimo Senhor Anthony Garotinho não apresentou argumentos concretos em ocasião alguma, preferindo articular-se em um apelo meramente emocional a se explicar perante ao povo brasileiro, de maneira a defender sua "honra" e "vida dedicada ao povo brasileiro".
Alguns devem estar pensando que a America Latina está tomando caminhos esquerdistas. Porém, parece estar claro que estamos sofrendo uma guinada em direção ao populismo exagerado e a uma ditadura, não militar, mas ideológica, da qual o povo não se libertará facilmente.
Devemos abrir nossos olhos para os fatos políticos que nos rodeiam. Afinal, são eles que regerão nossas vidas daqui para a frente.